quarta-feira, 27 de julho de 2011

Gramática Normativa

Estuda apenas os fatos da língua padrão, da norma culta de uma língua, Considerando como erro outras possibilidades existentes nas demais variedades da língua. O manual da gramática normativa contém normas de bom uso da língua, para falar e escrever bem. Os critérios de uso da língua (interação comunicativa) não são muitos levados em conta. São baseadas no uso consagrado pelos bons escritores e, ignoram as características próprias da língua oral. Além disso, ignorando e depreciando outras variedades da língua, criam-se preconceitos de toda espécie.
A gramática é dividida em: fonologia, morfologia e sintaxe.

Fonologia
: fonemas, letras, pontos de articulação

ortoépia (ortoepia) – estuda a correta pronuncia dos vocábulos
prosódia – determinação da sílaba tônica
ortografia – representa a escrita da língua
Morfologia: (forma) – estuda a composição dos vocábulos, estudo das classes de palavras e gramaticais.

Sintaxe: relação entre as palavras de uma oração ou relação entre as orações de um período.

de concordância – verbal (sujeito e verbo) e nominal (substantivo em relação ao artigo, adjetivo, numeral, etc.)
de regência – verbal (verbo pedindo preposição ou não) e nominal (nome acompanhado de preposição)
de colocação – trata da colocação de certas palavras. 
pronominal: próclise, mesóclise, ênclise.

Ao trabalhar em um banco, uma empresa de grande porte, etc. em um cargo administrativo, a pessoa terá que se comunicar corretamente ( gramática normativa ).

Ao redigir um pedido, um requerimento, etc., terá a obrigação de se expressar corretamente. Dentro das normas gramaticais. (Linguagem formal). Ou seja: cumprir com as regras de Português. Estamos falando de Brasil.

Linguagem informal é diferente: é a que muitas pessoas falam na rua, na Internet, etc.

Ex: Eu vô sai di casa assim qui der. (ou dé) - Linguagem informal.

Linguagem formal ou gramática normativa:

Ex: Eu sairei de casa assim que puder. (ou: Eu sairei de casa no momento oportuno.)

Enfim, a gramática normativa exige que as frases e as palavras estejam de acordo com as normas estabelecidas. Não admite erros.
O autor fala das repetições como sendo consideradas como um recurso bem usado na linguagem para reforço de ideia, como no exemplo de Camões, quando enfatiza que apenas uma coisa não muda: a infelicidade, a tristeza:
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontade
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
(Camões)

Em Tavares, com repetições de boa qualidade no uso da língua. Três delas apresentadas foram:
·         Anadiplose: palavra repetida no final de uma frase e início da seguinte.
Ex.: "Ai o bem que menos custa
Custa a saudade que deixa!"
(Vicente de Carvalho)
·         Epanástrofe: repetição de um verso ou frase com as palavras na ordem inversa.
Ex.: "Minha viola bonita,
Bonita viola minha,"
(Mario de Andrade in "Lira Paulistana)
·         Polissíndeto: uso reiterado de conectivos em coordenação.
Ex.: Ele fala e chora e ri e se mostra por inteiro.

Quando se enfatiza determinado elemento para intensificar o seu sentido:
O céu estava azul, azul, azul. (= muito azul - intensificação)
Paulista, o leite leite. (= leite puro, sem misturas, com todos os nutrientes)
"Finalmente tomei um café, café." (= tomou-se um café forte, gostoso, original)

Quando ocorre por continuidade do tópico abordado, como referência:
Fomos ver a casa que você indicou para comprarmos. Ela é grande e espaçosa, mas não é a casa dos meus sonhos. Uma casa com quintal, recantos e personalidade seria a dos meus sonhos.
Nas gramáticas aparecem muito os pleonasmos, considerados vícios de linguagem. Dependendo do uso que o interlocutor faz dele, pode ser considerado uma qualidade ou um problema.

Para finalizar, o autor fala que as gramáticas possuem a tendência de apresentar os fatos da língua como definitivos, ou seja, que não podem ser alterados. E nós professores acabamos cometendo o erro de passar essa ideia aos nossos alunos, o que acaba gerando uma certa rejeição por parte deles quanto ao português. Precisamos estar atentos ao nosso trabalho sendo mais pertinetes com a gramática normativa, pois dela depende o bom desenvolvimento e a capacidade de comunicação de cada um.
           


Conclusão

Para nós professores é preciso ensinar a gramática sempre, porque ela desenvolve a competência comunicativa do aluno de forma que ele possa utilizar de forma adequado a variação padrão da língua. Tudo isso deve ser feito de forma a deixar bem claro para o aluno o papel da gramática normativa de forma a evitar a formação de preconceitos.

O falar bem e escrever bem, é utilizado quando se tem que atender as normas sociais, em situações formais. Ao ensinar as regras da gramática normativa é preciso cuidado com as normas que se ensina e como é feito, para não gerar comportamentos e atitudes inaceitáveis com relação ao uso da língua. 

A gramática não é algo que se possa abandonar no ensino de qualquer língua, porque a gramática é o estudo e o trabalho com a variedade de recursos linguísticos colocados a disposição do produtor e receptor de textos para a construção do saber.


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